terça-feira, 18 de setembro de 2012

30 anos sem Elis!!!

Em 19 de janeiro de 1982, a notícia chocava o País: Elis Regina era encontrada morta no apartamento que ocupava nos Jardins, em São Paulo. No auge da carreira, planejando a gravação de um disco, a cantora deixou três filhos como frutos de sua paixão pela música: João Marcelo Bôscoli, Pedro Mariano e Maria Rita. 
Elis se consagrou como uma das maiores intérpretes da música brasileira por sua voz poderosa enquanto a maioria cantava ‘baixinho' à la João Gilberto. "Elis rompeu com uma interpretação mais contida, mais para dentro, como todos faziam durante a bossa nova.
Como se já não bastasse, a intérprete também se notabilizou por revelar nomes que se tornariam referências no cenário como Milton Nascimento e João Bosco, que sempre compunham para Elis, tida como parâmetro de qualidade e ousadia.

GRANDES MOMENTOS - Nascida em Porto Alegre, a intérprete - filha de lavadeira e operário - começou a carreira ainda adolescente, cantando em rádios. Chegou a São Paulo em 1964, aos 19 anos, após tentar a sorte no Rio. E foi assim que o Brasil inteiro teve o prazer de conhecê-la. 

Em 1965, venceu o 1º Festival de Música Popular Brasileira (realizado pela TV Excelsior) com a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.
No mesmo ano, gravou o álbum "Dois na Bossa" em parceria com Jair. Ao lado do sambista, também apresentou o programa "O Fino da Bossa", que estreou na TV Record, em 1965, como referência da melhor música brasileira da época. "Éramos grandes amigos dentro e fora dos palcos. Jair Rodrigues e Elis Regina eram o mesmo que juntar a fome com a vontade de comer", diz o músico. E completa: "Antes ou depois do programa saíamos com outros artistas, jogávamos conversa fora, bebíamos ou tomávamos café. Era uma alegria total". A carreira solo de Elis então decolou.

Marcos como a interpretação antológica da música "Atrás da Porta" e a parceria com Tom Jobim no clássico disco "Elis & Tom" (1974) despertaram o reconhecimento de vários músicos. Exemplo é Björk, da Islândia, que certa vez disse a Bôscoli: "Não teria jamais coragem de ir emocionalmente até onde Elis ia. Temo não conseguir voltar". 

Apelidada de Pimentinha por Vinicius de Moraes, Elis possuía mais coragem do que a média das pessoas para dizer tudo o que passava pela cabeça. Ela criticava o regime militar já na fase pós-AI-5, promulgado em 1968. Referia-se aos militares como 'gorilas' da ditadura. 

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